domingo, 7 de novembro de 2010

Concurso Tempos de Escola 2010: conheça os vencedores de Miraí

Vanderléia Silva Cardoso, aluna do 9º. ano do Ensino Fundamental, da Escola Municipal Dom Helvécio, e Raphaella Silva Trota, aluna do 1º. ano do Ensino Médio, da Escola Estadual Santo Antônio, foram as vencedoras do Concurso de Redação “Tempos de Escola”, em Miraí, MG.
O Parceria Votorantim pela Educação, que promoveu o Concurso, parabeniza a Escola Dom Helvécio, cuja diretora é Silmane Maria Mázala de Oliveira, e a professora de Língua Portuguesa, Maria Aparecida dos Reis Neves, que orientou a aluna Vanderléia nesse trabalho. Parabenizamos também a Escola Santo Antônio, cuja diretora é Carmen Lúcia Pita Antunes Chiconeli, e a professora de Língua Portuguesa, Fabiana Castro Carvalho, que orientou a aluna Raphaella na redação.
Conheça abaixo as redações:
Uma presença definitiva

Autora: Vanderléia Silva Cardoso

Numa conversa entre mãe e filha, em uma tarde ensolarada, minha mãe me contou da professora que marcou sua vida escolar. O espaço principal era “Escola Municipal João Carvalho”, uma escola da rede pública em Silveira Carvalho.
Leila Arguette Furlani. Nunca esquecera desse nome. Dona Leila, assim como gostava de ser chamada, foi a professora que a minha mãe mais admirava pela sua maneira dinâmica e criativa de ensinar. Ela lecionava todos os tipos de matéria. Porém, minha mãe gostava mais de Português. Cursava a 2ª série, hoje 3º ano.
Era uma senhora de mais ou menos 35 anos. Uma mulher que surpreendeu os alunos logo no primeiro dia de aula. Sua fisionomia era encantadora, com uma voz macia e suave que facilitava ainda mais a aprendizagem. Ela tinha cabelos castanhos claros e aparentava bastante nova.
Dona Leila era muito carinhosa com os alunos, fazendo com que eles aprendessem o máximo possível. Era incapaz de ferir alguém com palavras grosseiras. Por isso, todos os alunos amavam aquela professora. Parecia que tinha uma técnica para dar aula. Quando entrava em sala, todos se acomodavam em seus lugares e esperavam por uma daquelas histórias fantásticas que ela contava. Quando se aproximava o final da aula, os alunos guardavam seus cadernos rapidamente para que a professora pudesse contar outra história.
Foi assim até a 3ª série, atual 4º ano. Depois, minha mãe foi obrigada a abandonar os estudos para trabalhar e, consequentemente, ajudar no sustento da família. Dona Leila ficou muito triste e minha mãe também. Foi a pior despedida de sua vida escolar. O tempo passou e elas não se viram mais. Ficou só na lembrança, na memória de minha mãe.
Após esta agradável conversa com minha mãe, aprendi que há pessoas que serão definitivas na vida da gente. E o melhor de tudo é saber que, mesmo depois de tantos anos distantes, elas continuarão com a gente, impregnadas em nossas memórias. É como se o tempo não tivesse força o suficiente para arrancá-las de nossas memórias.
Um anjo chamado Heloísa

Autora: Raphaella Silva Trota

Ao ouvir atentamente as histórias dos tempos de escola de dona Maria do Carmo Osta Mendes, professora experiente que atuara há 40 anos desde as séries iniciais do ensino fundamental ao ensino médio na rede pública e privada em nossa cidade, foi possível reviver com ela momentos gloriosos de seus dias como dedicada estudante.
Dona Maria, como é carinhosamente chamada por todos, refere-se aos seus tempos de escola como uma época de grande alegria e felicidade. Ir à escola para ela representava um momento mágico, de grande satisfação, pois ela amava a sua professora, tirava excelentes notas e possuía um número expressivo de colegas.
É bem verdade que teve uma infância, de certa forma, privilegiada, pois era a terceira filha de uma família de seis irmãos de prestígio na cidade. Sempre estudou em bons colégios e sua vida de estudante, como qualquer outra, fora marcada por bons momentos em certas ocasiões e, em outras, nem tanto.
Por meio de sua história é possível constatar que o professor, verdadeiramente, exerce uma grande influência sobre a vida de seus discentes. Ele tem o poder de deixar marcas positivas, mas também negativas na vida de seus alunos.
No caso de dona Maria, ela relembra orgulhosa que tivera uma professora por vezes muito severa, que demonstrava pouco amor à profissão e que sob ameaças logo nos primeiros dias de aula, afirmava não aprovar alunos simplesmente por serem filhos de famílias renomadas na cidade. Mas, dedicada aos estudos que sempre fora, inteligente e muito esperta, ela sem desacato à autoridade da professora pensava: “Vou prová-la que sou capaz e vou tirar sempre as melhores notas da sala”. E assim sempre acontecia.
Já cursando o 4º ano teve a grande felicidade de ter como professora dona Heloísa deAguiar Villas, professora esta que marcara positivamente toda a sua trajetória de estudante pela sua atenção e sua maneira eficiente de ensinar. Ninguém tinha maior paciência, melhor sabedoria, mais encanto. Todos gostavam de aprender primeiro para fazê-la feliz. “Era como se, em nossas vidas de estudantes um anjo estivesse a nos ensinar”,
Relembra-se, e desta vez, com lágrimas nos olhos, que quando os alunos não acertavam as tarefas escolares, dona Heloísa não realçava o erro, mas elogiava a letra, o capricho entre outras coisas e, em seguida, reforçava o aprendizado.
Tamanha era a dedicação de dona Maria que, ao concluir o primário (naquele época),submetera-se ao Exame de Admissão para ingresso no ginásio, alcançando a maior média geral dentre todos os alunos.
Mas, como na vida nem tudo são flores, assim que concluiu o curso científico (hoje ensino médio) sobre sua vida e de seus familiares abatera uma profunda tristeza. Subitamente falecera seu pai, grande e jovem médico e prefeito da cidade de Miraí. E, por ser uma das irmãs mais velhas, com apenas 17 anos, juntamente com outros dois irmãos, se viu na necessidade de trabalhar para a manutenção da casa e dos quatro irmãos mais novos.
Iniciou sua carreira profissional como professora primária e sempre trazendo à memória a maneira encantadora de dona Heloísa, sua professora inesquecível. E foi seguindo o exemplo de seu anjo “ensinador”, como ela assim a considerava, e investindo em sua formação profissional que dona Maria, hoje aos 65 anos de idade, casada, com três filhos formados, ainda atua profissionalmente como pedagoga de sucesso dando sua rica contribuição para a educação dos jovens e crianças desta pequenina e tão querida Miraí.
Matéria publicada no Blog Educação em 25 de outubro de 2010.

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