Mausoléu concretiza mais uma etapa do Centenário de Ataulfo Alves

O centenário de nascimento de Ataufo Alves tem um novo capítulo. No dia oito de agosto foi inaugurado o Mausoléu da Família Alves, no derredor do Cemitério São Francisco de Assis. Seus restos mortais foram transportados do Rio de Janeiro e depositados no mausoléu construído ao lado do pequeno e antigo cemitério de Miraí.

Ataulfo Alves morreu em 20 de abril de 1969 e a última volta, 40 anos depois de sua morte, a seu "torrão tranquilo e sereno" _ como cantou em "Miraí" _ simboliza a aceitação final de Ataulfo por parte de uma cidade cujo auge, na primeira metade do século 20, se deu graças às plantações de café.

Miraí já tem Rua Ataulfo Alves, rodovia Ataulfo Alves ( ligação com Cataguases ), um memorial com informações sobre sua vida e até um monumento em bronze do filho querido na Praça Dr. Miguel Pereira.
"Agradeço a Deus que me deu a oportunidade de participar de um momento Ímpar para o município de Miraí. Tenho orgulho de pronunciar que foi em meus dois mandatos que a eternização de Ataulfo se deu. A população de Miraí sonhou com isto, e com a ajuda de grandes parceiros pude concretizar este anseio do meu povo. Agradeço em especial ao Leonardo Dib, ao Pedro Malaquias, ao Rui Panza e demais funcionários municipais, pessoas responsáveis por esta construção", relata o prefeito de Miraí Sérgio Resende.

Outras autoridades ( vice Jaime Vargas, vereadores: Mauro, Sapé e Marcileide ) e grande parte dos servidores municipais, além da comunidade presenciaram o momento da inauguração do Mausoléu arquitetado por Fernanda Lara. Bom gosto e inovação fazem parte do projeto do local que se tornou ponto turístico da cidade.
"Meu pai nunca foi tão homenageado com está sendo em Miraí. Fico muito agradecido e emocionado", discursou o filho mais velho de Ataulfo, o também cantor Adeilton.
O coordenador do Centenário, Leonardo Dib explicou o motivo da construção do Mausoléu. "Não estamos glorificando Ataulfo Alves, mais sim reconhecendo que foram através de suas músicas que Miraí se tornou notória em todo o Brasil. Ele, como uma pessoa negra, quebrou barreiras e paradigmas", diz. Afinal, como cantava o próprio compositor, "Morre o homem fica a fama".
As comemorações do centenário do sambista continuam e renderão ainda uma biografia escrita pelo Jornalista Sérgio Cabral, que também assina roteiro do documentário do cineasta Luiz Fernando Goulart sobre Ataulfo Alves.

Fonte: Matéria publicada no Jornal Opinião Miraiense em 15 de agosto de 2009.